Atualizado em 19.07.2014

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domingo, 20 de março de 2011

EXAME DE SANGUE - EXAME DE URINA - COMO ENTENDER SEU EXAME DE URINA -HEMOGRAMA - SANGUE - SANGUE FENÓLICO - Plasma - Hemácias - Leucócitos - Plaquetas - Eritrócitos - Neutrófilo - Eosinófilo - Basófilo - Linfócitos - Monócitos - -

ABAIXO DAS EXPLICAÇÕES SOBRE O SANGUE - Exame de urina - COMO ENTENDER SEU EXAME DE URINA

O QUE É O SANGUE ?

Essa foto de microscopia eletrônica de varredura (MEV) com aumento de 20.000 vezes mostra as células do sangue: eritrócitos (em vermelho), um leucócito linfócito (em amarelo) e plaquetas (em lilás).
 
O sangue é um tecido vivo que tem como principais funções transportar o oxigênio dos pulmões para o corpo, defender o organismo contra infecções e promover a coagulação.

Ele é produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e esterno. Nas crianças, também os ossos longos, como o fêmur, produzem sangue.

O sangue recebe os alimentos já assimilados e os transporta para as células. Que precisam estar aptas a receber os nutrientes. Soltas e não aglomeradas. - Mais uma vez a importância do uso do aparelho de Eletroterapia - GFU 

Recolhe também todos os resíduos que se formam nos órgãos e os leva até os rins para serem eliminados através da urina. Como já colocado várias vezes. Nosso corpo funcionando de forma integrada. TODOS OS ÓRGÃOS E SISTEMAS TRABALHAM EM CONJUNTO.
Aqui a importância de um bom funcionamento dos rins.






O sangue é composto de uma parte líquida e de uma parte sólida. 

Plasma

A parte líquida é o plasma, que contém proteínas, hormônios e fatores de coagulação, entre outros componentes.
 
A parte sólida é formada pelas células, que são transportadas pelo plasma. Essas células são de três tipos:

Hemácias

1. Glóbulos Vermelhos, também chamados de Hemácias ou Eritrócitos. Contém a hemoglobina, substância que faz o transporte do oxigênio dos pulmões para as células e do gás carbônico das células para os pulmões, onde será eliminado. É a hemoglobina que dá a cor vermelha ao sangue. Mais abaixo: Como ler um exame de sangue 

Leucócitos

2. Glóbulos Brancos, também chamados de Leucócitos. Têm como principal função defender o organismo contra elementos externos, evitando, por exemplo, infecções.

Plaquetas
 
3. Plaquetas são as células especializadas em estancar sangramentos. Atuam na coagulação do sangue junto com outros fatores de coagulação dissolvidos no plasma.
 
A quantidade de sangue que circula no corpo corresponde a 1/12 do peso corporal de cada pessoa. Alguém que pese 70 kg tem, em média, 5 litros de sangue.

A quantidade de sangue que circula no corpo corresponde a 1/12 do peso corporal de cada pessoa. Alguém que pese 70 kg tem, em média, 5 litros de sangue.


Encarregado de tantas e variadas atribuições o sangue é uma variedade de tecido conjuntivo e pode ser considerado o único tecido líquido do corpo.
http://www.hemoap.ap.gov.br/hematologia_1.php


O sangue possui antígenos e anticorpos
Existem em nosso sangue certos tipos de glóbulos brancos, chamados linfócitos, cuja função é produzir proteínas especiais denominadas anticorpos. 

Quando micro organismos ou substâncias estranhas, denominadas genericamente antígenos, penetram em nosso corpo, os linfócitos entram em ação e passam a produzir anticorpos contra os invasores. Em geral, a reação do anticorpo com o antígeno acaba causando a destruição ou a inativação dos antígenos. Essa reação de defesa é fundamental para proteger nosso organismo contra o constante assédio de micro organismos causadores de doenças. Veja a importância de estarmos com nosso sistema de defesa fortalecido. Um dos vários objetivos do GFU


Aprofundando.....

O oxigênio é levado às células pelo sangue, por meio das moléculas de hemoglobina existentes nos glóbulos vermelhos.

NOME
CARACTERÍSTICAS
Eritrócitos (glóbulos vermelhos)
Forma discoidal, biconcavo, repleta de hemoglobina, transporta oxigênio para os tecidos.




Leucócitos (góbulos brancos)







Granulosos

Neutrófilo
Forma esférica, núcleo trilobulado; Fagocitam bactérias e corpos estranhos.
Eosinófilo (acidófilo)
Forma esférica, núcleo bilobulado; participam das reações alérgicas, produzindo histamina.
Basófilo
Forma esférica, núcleo irregular. Acredita-se que também participam de processos alérgicos; produzem histamina e heparina.


Agranulosos
Linfócitos
(B e T)

Forma esférica, núcleo também esférico; participam dos processos de defesa imunitária, produzindo e regulando a produção de anticorpos.

Monócito
Forma esférica, núcleo oval ou reniforme, originam macrófagos e osteocclastos, células especializadas em fagocitar.
Plaquetas (trombócitos)
Forma irregular, sem núcleo, participam dos processos de coagulação do sangue.

COMPOSIÇÃO DO SANGUE (PLASMA)
Proteínas especiais
Albuminas, Globulinas (anticorpos), Fibrinogênio, Protombina, Aglutininas
Outras substâncias orgânicas
Enzimas, Anticorpos, Hormônios, Vitaminas
Lipídios
Colesterol, Triglicérides
Glucídios
Glicose
Substâncias nitrogenadas
Uréia, Ácido úrico, Creatinina
Sais inorgânicos
Sódio, Cloro, Potássio, Cálcio, Fosfatos

Hematologia
Hematologia é o ramo da medicina que tem como função o estudo do sangue, seus distúrbios e doenças. Estuda seus elementos figurados como os glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas, além de estudar os órgão onde são produzidos, como a medula óssea o linfonodo e o baço.


Como entender seu exame de sangue. O estudo abaixo vem de pesquisas na Net, reunião com médicos clínicos e especialistas em áreas diversas. Procurei colocar de forma simples para que ficasse mais fácil. Fico a disposição e peço que ao compartilharem coloquem a fonte : http://gfugeradordefrequencia.blogspot.com.br/2011/03/9.html
Textos de Helô Fontoura
Hemograma
O hemograma é um exame que analisa as variações quantitativas e morfológicas dos elementos figurados do sangue.

———————–SÉRIE VERMELHA———————
Geralmente a primeira parte do Hemograma é a série vermelha (Eritrograma) onde são avaliados os números de hemácias e a concentração de hemoglobina.






•Os Eritrócitos são os famosos glóbulos vermelhos, que carregam um pigmento, a hemoglobina. Níveis mais baixos dessas células indicam anemia. As taxas normais são: em homens de 4,3 até 5,7 milhões por ml cúbico. Mulheres de 3,9 até 5,0 milhões por ml cúbico.

HEMÁCIAS: Hemácias são unidades morfológicas da série vermelha do sangue, também designadas por eritrócitos ou glóbulos. Os valores normais variam de acordo com o sexo e com a idade (todo laboratório coloca os valores de referência no próprio resultado de exame). Valores baixos de hemácias podem indicar um caso de anemia normocítica (aquela que as hemácias tem tamanho normal, mas existe pouca produção dessas células), valores altos são chamados de eritrocitose e podem indicar policitemia (oposto da anemia, pode aumentar a espessura do sangue, reduzindo a sua velocidade de circulação).


•Hemoglobina - Mais que colorir o sangue, ela é responsável por transportar o oxigênio. Quantidades abaixo do normal também sugerem anemia. Taxas normais - Homens de 12 até 15,5 gramas por decilitro. Mulheres de 13,5 até 17,5 gramas por decilitro.

HEMOGLOBINA é uma proteína presente nas hemácias. É um pigmento que dá a cor vermelha ao sangue e é responsável pelo transporte de oxigênio no corpo. A hemoglobina baixa causa descoramento do sangue, palidez do paciente, e falta de oxigênio em todos os órgãos.

Hematócrito - É o percentual de glóbulos vermelhos em certa quantidade de plasma, a parte líquida do sangue. Valores baixos são sinais de anemia.
HEMATÓCRITO é a porcentagem da massa de hemácia em relação ao volume sanguíneo. Valores baixos podem indicar uma provável anemia e um valor alto também pode ser um caso de policitemia.

VCM (Volume Corpuscular Médio): Ajuda na observação do tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia. No exame pode vir escrito: microcíticas (indica hemácias muito pequenas), macrocíticas (hemácias grandes). Todas essas alterações indicam que algo está errado.
Esse dado ajuda a diferenciar os vários tipos de anemia. Por exemplo: 
- hemácias grandes indicam anemias por carência de ácido fólico.
- hemácias pequenas indicam anemias por falta de ferro. 
Existem também as anemias com hemácias de tamanho normal.
- E o Alcoolismo é uma causa de VCM aumentado (macrocitose) sem anemia.

HCM (Hemoglobina Corpuscular Média): é o peso da hemoglobina dentro das hemácias. Também ajudam a decifrar casos diferentes de anemias.

CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média): é a concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia. Pode vir escrito: hipocrômica (pouco hemoglobina na hemácia), hipercrômica (quantidade de hemoglobina além do normal).

O que RDW significa?
RDW é a abreviação para "larga distribuição de células vermelhar do sangue". De acordo com o Lab Tests Online, o RDW calcula o volume dos vários tamanhos de células vermelhas do sangue (RBC) em uma amostra de sangue. Um teste de RDW é normalmente realizado no hemograma completo.

RDW e VCM
A análise do RDW em conjunto com o VCM  vão dar importantes informações em termos de anemia e outros distúrbios 
Por exemplo: 
- níveis baixos de VCM combinados com o RDW normal podem apontar para doença crônica.
- níveis baixos de VCM combinados com o RDW baixo pode indicar a deficiência de ferro. 

VCM  normal combinado com RDW alto pode significar uma deficiência de B12. 

RDW alto pode significar que um paciente está experimentando deficiência de folato.


———————–SÉRIE BRANCA———————
A segunda parte do hemograma é a série branca (leucograma) é constituída pelos glóbulos brancos. Nesta parte, acontece a avaliação do número de leucócitos, além disso, é feita a diferenciação celular.

LEUCÓCITOS: É o valor total dos leucócitos no sangue. Valores altos, é chamado leucocitose e assinala, principalmente, uma infecção. Claro, mas também pode indicar outras doenças
- Quando essa contagem dá mais baixa que o normal (leucopenia) indica depressão da medula óssea, resultado de infecções virais ou de reações tóxicas. Os leucócitos são diferenciados em cinco tipos no hemograma. Seus valores colaboram para esclarecer e diagnosticar doenças infecciosas e hematológicas.

Neutrófilos: É a célula mais encontrada em adultos. Seu aumento pode indicar infecção bacteriana, mas pode estar aumentada em infecção viral.

Linfócitos: É a célula predominante nas crianças. Em adultos, seu aumento pode ser indício de infecção viral ou, mais raramente, leucemia.

Monócitos: Quando estão aumentados indica infecções virais. Os valores são alterados também, após quimioterapia.

Eosinófilos: Seu número além do normal, indica casos de processos alérgicos ou parasitoses.

Basófilos: Em um indivíduo normal, só é encontrado até 1%, além desse valor indica processos alérgicos.


Hemácias em Vermelho,
Leucócitos - Amarelo ,
Plaquetas (trombócitos) - Verde claro

CONTAGEM DE PLAQUETAS: As plaquetas são componentes do sangue fabricados pela medula óssea responsáveis pela coagulação do nosso sangue. É por isso que a queda brusca do valor das plaquetas pode indicar a dengue hemorrágica.
http://diariodebiologia.com/

 Imagem da Net - Constituição do Sangue

Muito legal esse site - tem um resumo dos resultados dos exames
http://www.proanalise.com/informacoes_exames.html











Os exames de sangue e seus resultados são uma parte do quadro geral de diagnóstico, e não devem ser a única ferramenta utilizada. 
A avaliação dos sintomas é ainda o melhor método de diagnóstico e que explica os resultados dos exames de sangue.

Os componentes celulares do sangue
  • Os glóbulos vermelhos
  • Os glóbulos brancos
  • As plaquetas
  • As proteínas albumina e hemoglobina
  • Diferença entre plasma e soro
  • Os eletrólitos
  • Os micronutrientes
  • Os hormônios e excretas metabólicas
  • O grupo ABO
  • O fator Rh

Hemograma

Para se conhecer a composição do sangue, a forma mais comum é a sua análise bioquímica e celular, por meio do hemograma.

O sangue é composto basicamente de água e é dividido em plasma (60%) e células. 
Veja a importância de estar "bem limpo e oxigenado "


Na centrifugação do sangue não-coagulado, ocorre essa divisão, podendo se verificar que a parte mais densa (celular) é composta, principalmente, por hemácias, sendo denominada hematócrito.

Embora o hematócrito seja toda a parte celular do sangue não-coagulado, no ponto de vista prático, pode-se caracterizar o hematócrito como a quantidade de hemácias presente no sangue. 

O aumento do hematócrito significa o aumento na quantidade de glóbulos vermelhos no sangue, que pode ser derivado de uma policitemia (aumento do número de células do sangue), ou devido à perda de líquido sanguíneo.

A contagem dos hematócritos é feita em relação ao plasma (parte líquida do sangue): proporção do sangue total ocupado pelos glóbulos vermelhos.


CIRCULAÇÃO E FUNÇÕES DO SANGUE

Funções do sangue

• transporte
• defesa
• regulação

- O plasma transporta os nutrientes até às células e destas recebe produtos da respiração celular.
- As hemácias transportam o oxigênio até às células e destas recebem parte do dióxido de carbono.
- Os leucócitos defendem o organismo de microrganismos invasores.

- As plaquetas sanguíneas intervêm na coagulação do sangue.


OBJETIVO:
Descrever o sangue e analisar a sua importância na manutenção da integridade celular e na atividade metabólica dos tecidos. Estudar o sistema de circulação e transporte do sangue até as células. 

- O deslocamento do sangue através dos tecidos depende da ação da bomba cardíaca e da sua condução pelas artérias, veias e capilares.
 - O sangue circula no organismo humano, transportando oxigênio dos pulmões para os tecidos, onde é liberado para as células através das membranas dos capilares. 
- Ao retornar dos tecidos, conduz o dióxido de carbono e os demais resíduos do metabolismo celular, para eliminação através da respiração, do suor, da urina ou das fezes.


CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA
O sangue exerce as suas funções contido no sistema circulatório, que consiste de um grande sistema fechado, constituído por vasos que conduzem o sangue aos tecidos e destes de volta aos átrios, para novo ciclo através do organismo.

- As artérias transportam o sangue bombeado pelo coração para os tecidos. 

- À medida que se afastam do coração, as artérias se ramificam em múltiplos ramos de diâmetros decrescentes, até formarem as arteríolas, os menores ramos da rede arterial. 

- As arteríolas se conectam à rede de capilares do organismo, que tem contato íntimo com todas as células. 

- Na extremidade oposta, os capilares reagrupam-se em vênulas, cujo conjunto forma as veias, que acompanham regularmente o trajeto das artérias, em sentido inverso, até se reunirem nas grandes veias cava superior e inferior, que drenam o sangue de volta ao átrio direito.

- O revestimento interno do coração é o endocárdio, que se continua com o endotélio, que reveste o sistema circulatório. O endotélio é a única estrutura que tem contato com o sangue. 
Por sua natureza e propriedades especiais o endotélio ajuda a manter o sangue na forma líquida, sem formar coágulos. Nas veias, o endotélio forma pregas ou cúspides a intervalos regulares, que funcionam como válvulas unidirecionais e auxiliam a orientar a corrente do sangue para o átrio direito.

A MICROCIRCULAÇÃO
A microcirculação é o segmento do sistema circulatório que inclui os capilares e as porções terminais das arteríolas e vênulas. 

Constitui unidades funcionais bem definidas, cuja organização visa facilitar a função nutritiva e excretora do sangue. 

A arteríola terminal se continua na metarteríola, que tem a camada muscular descontínua, ao contrário da arteríola terminal. A metarteríola origina diversos capilares, que formam um conjunto enovelado. Na extremidade oposta, os capilares se reunem, formando as vênulas. 


Intercalada entre a metarteríola e a vênula existe uma comunicação artério-venosa (anastomose AV), que permite ao sangue das arteríolas terminais alcançar diretamente o sistema venular sem atravessar os capilares.

 No início da metarteríola existe um pequeno e denso anel muscular, o esfíncter pré-capilar, cuja contração fecha a entrada de sangue nos capilares. Na porção inicial das vênulas existe uma outra estrutura muscular, chamada esfíncter pós-capilar, cuja contração dificulta a saída do sangue dos capilares. 

Os esfíncteres desempenham um importante papel na regulação do fluxo de sangue nos capilares, especialmente os esfíncteres pós-capilares, que respondem aos estímulos químicos locais dos tecidos. 

O sangue pode seguir diferentes trajetos na microcirculação, dependendo das necessidades dos tecidos. A constrição do esfíncter pré-capilar força a passagem do sangue da arteríola para a vênula, sem atravessar os capilares. 
Quando as necessidades de oxigênio dos tecidos aumentam, há abertura de um grande número de esfíncteres, para irrigar uma maior quantidade de capilares. 
Os capilares tem o comprimento aproximado de 1 milímetro; seu diâmetro médio varia de 8 a 12 microns (milésimo de milímetro). Existem cerca de 5 a 10 bilhões de capilares em um adulto, o que corresponde à uma área de 500 a 700 m2. Se todo o sistema capilar pudesse ser disposto em linha reta, ocuparia a extensão aproximada de 136.000 Km. 

Cada centímetro quadrado de tecido muscular contém, aproximadamente, 250.000 capilares. Esta ampla distribuição permite que cada célula do organismo tenha um capilar próximo, geralmente à uma distância inferior à 20 ou 30 mícrons, que favorece as trocas de elementos nutritivos e de eliminação.

TROCAS TRANSCAPILARES
A função mais importante do sangue, a permuta de nutrientes e dejetos celulares com os tecidos, se processa nos capilares. A organização do sistema capilar na microcirculação favorece as trocas entre os capilares e as células dos tecidos.
A parede capilar consiste apenas do endotélio e apresenta pequenos canalículos ou poros que são atravessados pela água, por um grande número de moléculas hidrossolúveis e pela maioria dos íons.

 As substâncias solúveis nas gorduras, como algumas vitaminas, por exemplo, dissolvem-se na membrana capilar e atravessam a sua extensão, sem passar pelos poros.

As substâncias podem atravessar as membranas celulares por dois mecanismos: difusão e transporte ativo
A difusão é o resultado do movimento permanente das moléculas da água e das substâncias dissolvidas, em várias direções. As moléculas tendem a se deslocar das áreas de maior concentração para as de menor concentração. A maior parte das trocas entre as células e o sangue, ocorre pelo fenômeno da difusão.
 
O transporte ativo é o movimento de substâncias através da membrana, em combinação química com moléculas carreadoras.

As moléculas da água se difundem para o líquido extracelular e a seguir, para a parte interna da célula. Podem ainda atravessar os poros da membrana capilar, através das fendas intercelulares. 

As moléculas das proteinas plasmáticas, contudo, são maiores que os poros capilares. Outras substâncias como os íons de sódio, cloro, glicose e uréia, possuem diâmetros intermediários. Por isso, a permeabilidade dos poros capilares varia de acordo com os diâmetros das moléculas de cada substância. 
Quando uma substância está em concentração muito reduzida no líquido extracelular e a célula necessita de maior quantidade da substância, esta deve ser transportada ativamente através das membranas celulares. 

O transporte ativo depende de compostos químicos chamados carreadores.

 Os carreadores tem afinidade pela substância a ser transportada, para que a substância e o carreador possam se combinar na superfície externa da membrana. Os dois se difundem através da membrana e, por ação de enzimas que utilizam o ATP (trifosfato de adenosina), a substância se separa do carreador.

 A substância fica no interior da membrana, enquanto o carreador retorna à parte externa da célula para conduzir outra molécula. 
Em todas as membranas do organismo existe um mecanismo de transporte ativo de íons sódio e potássio.

 Este mecanismo é chamado bomba de sódio e potássio

O carreador transporta o sódio do interior para o exterior das células e o potássio, de fora para o interior das células. 

O mesmo carreador fragmenta as moléculas de ATP para utilizar a sua energia e fazer a transferência do sódio e do potássio. 
O movimento de líquidos através as paredes dos capilares é determinado pelas forças hidrostáticas e osmóticas nos dois lados da membrana capilar. 

A pressão capilar ou pressão hidrostática, tende a fazer o líquido sair do capilar para o espaço intersticial. 

A pressão coloido-osmótica determinada pelas proteinas do plasma sanguíneo, tende a fazer o líquido do interstício penetrar no capilar. 

A extremidade arterial do capilar tem elevada pressão hidrostática e permite a saída de líquido do plasma para o espaço intersticial. 

A extremidade venosa do capilar tem pressão hidrostática menor, que permite o retorno do líquido ao sistema capilar. 

Cerca de 90% da água que deixa o capilar no extremo arterial, retorna ao seu interior, no extremo venoso. A diferença é utilizada pelas células ou alcança o sistema linfático. Com a água, atravessam a membrana, os íons, glicose e outros nutrientes fundamentais. 
O fluxo do sangue nos capilares é regulado pelas necessidades locais dos tecidos. O sangue nos capilares não flui num rítmo contínuo. Os esfincteres pré-capilares e as metarteríolas contraem e relaxam alternadamente, em ciclos de 5 a 10 vêzes por minuto. 

O fator que determina o gráu de abertura dos esfíncteres é a concentração de oxigênio nos tecidos

Quando a concentração de oxigênio é baixa, os esfíncteres pré-capilares permanecem abertos, aumentando o afluxo de sangue. 

Quanto maior é a utilização de oxigênio pelos tecidos, tanto maior é o fluxo de sangue pelos seus capilares. 

A ritmicidade da contração dos esfincteres é própria e independe dos batimentos cardíacos ou da transmissão da onda de pulso do sistema arterial até a microcirculação.
O SISTEMA LINFÁTICO
O sistema linfático funciona como um complemento do sistema circulatório; representa uma via acessória através da qual os líquidos podem fluir dos espaços intersticiais para o sangue.

  O sistema linfático tem a finalidade de remover proteinas e outros elementos macromoleculares e celulares que alcançam os tecidos e não podem ser captados pela microcirculação. O líquido que circula no sistema linfático é a linfa
O sistema linfático é constituído por uma imensa rede de capilares especiais, muito finos chamados capilares linfáticos, que se unem em capilares maiores e drenam nos gânglios linfáticos que existem em todo o organismo. Canais linfáticos emergem dos gânglios e se reunem para formar o canal torácico, que desemboca na veia subclávia esquerda.

O sistema linfático não constitui um sistema fechado, como o sistema circulatório. 
Todos os tecidos do organismo, com raras exceções, possuem canais linfáticos que drenam o excesso de líquidos dos espaços intersticiais. A pequena fração de proteinas que alcança os líquidos intersticiais à partir dos capilares da microcirculação é recolhida pelo sistema linfático e, através do canal torácico, reintegrada ao sangue circulante. 
A maior parte dos líquidos dos espaços intersticiais flui por entre as células e é reabsorvido nos capilares venosos da microcirculação. 

Uma pequena parcela do líquido intersticial (cerca de 10%) é absorvida nos capilares linfáticos.

 Os capilares linfáticos tem uma estrutura especial; as células endoteliais do capilar linfático emitem filamentos que ancoram o capilar entre as células dos tecidos.

O capilar linfático tem poros; as suas células formam uma estrutura particular, como válvulas, que impedem o refluxo do material que penetra no capilar. A água ou as grandes moléculas, uma vez ingressadas no capilar linfático não podem retornar ao líquido intersticial. Aproximadamente 100 ml. de linfa fluem a cada hora, através do canal torácico. 
Os gânglios linfáticos são formações que se dispõem ao longo do trajeto dos vasos linfáticos; existem aproximadamente 600 gânglios linfáticos distribuidos pelo organismo, reunidos em grupos que drenam regiões ou órgãos específicos.

 O diâmetro dos gânglios linfáticos varia de poucos milímetros até cerca de 1 cm. As funções dos gânglios linfáticos são filtrar a linfa e produzir os linfócitos. 

Nas infecções bacterianas, os gânglios linfáticos retém os agentes invasores transportados pelos canais linfáticos; a destruição dos invasores produz reação inflamatória intensa no seu interior. Em casos de disseminação de câncer por via linfática, os gânglios retém as células malignas temporariamente, dificultando a sua propagação ao restante do organismo. 
FUNÇÕES DO SANGUE
A principal função do sangue é a de transportar o oxigênio e outros nutrientes como glicose, aminoácidos, proteinas, gorduras, água, eletrólitos e elementos minerais até as células do organismo e remover o dióxido de carbono e outros resíduos do metabolismo celular para detoxificação ou eliminação. 
O sangue participa do ajuste do teor de água dos diversos compartimentos líquidos do organismo e regula a concentração de íons H+ mediante trocas iônicas e pela ação dos sistemas tampão, fundamentais à manutenção do pH dentro de limites adequados à função das enzimas e organelas celulares. 
O sangue distribui os hormônios produzidos pelas glândulas endócrinas, por todo o organismo e participa dos mecanismos de regulação da temperatura corporal. 
O sangue concentra um importante sistema de defesa do organismo contra agentes invasores de diversas naturezas, incluindo-se as bactérias e agentes químicos. 
O sangue participa da detoxificação, transporte e eliminação de substâncias absorvidas pelo organismo, inclusive os agentes farmacológicos, promovendo a sua eliminação, através dos pulmões, dos rins, pele ou pelas fezes.

COMPOSIÇÃO DO SANGUE
Os órgãos são agregados de muitas células, unidas por estruturas intercelulares de sustentação. 

Os grupos de células que desempenham uma mesma função são denominados tecidos. 

O organismo humano é constituído por cerca de 75 trilhões de células, organizadas em tecidos de diferentes tipos e funções. 

As hemácias são as células mais numerosas, das quais existem cerca de 25 trilhões. 
O sangue é um tecido líquido complexo, de alta viscosidade, com grande teor de água e composto por elementos celulares e plasma. 

É formado por uma fase celular, que compreende os eritrocitos (hemacias), leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas, que são fragmentos celulares.

 A outra fase do sangue é líquida, o plasma sanguíneo, que contém 91% de água; contém ainda proteinas, eletrólitos, gorduras, glicose, hormônios e numerosas outras substâncias. 
VOLEMIA DOS INDIVÍDUOS

Peso (Kg)
Volemia (ml/Kg)
Neonato a 10 Kg
85
11 a 20
80
21 a 30
75
31 a 40
65
> de 40
60


Fig. 3. Volume sanguíneo aproximado, em relação ao peso dos indivíduos.
O volume de sangue existente no sistema circulatório é chamado volemia e tem relação com a idade, o peso e a massa corporal do indivíduo. 


Um adulto pode ter de 4 a 6 litros de sangue no organismo. 

O volume total de sangue na idade adulta corresponde à aproximadamente 60 ml. para cada quilograma de pêso. 

O volume relativo de sangue é maior nas crianças que nos adultos, conforme demonstra a figura 3, que correlaciona o volume de sangue do organismo com o peso dos indivíduos. 
Uma criança recém nascida tem 85 ml. de sangue para cada Kg. de peso corporal, enquanto um organismo adulto tem 60 ml. 

O volume de sangue relativo ao peso do organismo é cêrca de 40% maior, nas crianças recém-natas.

 A volemia dos indivíduos é um importante parâmetro na avaliação das perdas sanguíneas agudas, em situações de emergência ou após traumatismos e, pode auxiliar no cálculo do volume de reposição.

Toda a parte líquida do sangue forma o plasma sanguíneo  Cerca de 90% do plasma constituem-se de água pura, na qual estão dissolvidas as numerosas substâncias existentes no sangue. Destas, cerca de 3/4 são sais como sódio, cloro, fósforo, potássio, magnésio, cálcio e outros. Importância fundamental cabe as proteínas, que também estão dissolvidas no plasma. Em cada litro de sangue existem de 60 a 80 gramas de proteínas. 

A maior parte é constituída pela albumina. Em menor proporção estão as globulinas, relacionadas com a formação de anticorpos, e o fibrinogênio, fundamental no processo de coagulação. As proteínas controlam a viscosidade do sangue, a pressão oncótica e regulam a osmose, entre outras funções. 

Dissolvidos no plasma existem também alguns gases, como o oxigênio, o gás carbônico e, principalmente, o nitrogênio. Ureia, ácido úrico, creatinina, glicose, gorduras e ácidos graxos também se encontram presentes neste sistema de alimentação e defesa do corpo humano.

Uma ressalva: Em casos extremamente raros, um fenômeno chamado de  Fenótipo Bombaim, na qual  pessoas que possuem  “A”, “B”, ou “AB”  expressam o grupo sanguíneo “O”.
Exame de sangue identifica estágios inciais do Alzheimer com 100% de precisão.
- See more at: 
http://alzheimer360.com/exame-sangue-identifica-inicio-alzheimer/#sthash.TLa9c5yR.dpuf
Ele identifica um tipo especial de anticorpos do sangue, e por isso é capaz de distinguir o Alzheimer de outros causadores comuns de declínio mental, como problemas vasculares e depressão. Nos primeiros testes com amostras de sangue, os pesquisadores relataram 100% de precisão, sensibilidade e especificidade na detecção do Leve Comprometimento Cognitivo de Alzheimer, ou seja, a doença em seu estágio inicial.


Exame de urina - COMO ENTENDER SEU EXAME DE URINA
É um teste laboratorial amplamente utilizado na prática clínica, constituindo um dos indicadores mais importantes de saúde e doença.
Trata-se de um dos exames mais antigos de que se tem conhecimento, mas ainda carece de uma padronização universalmente aceita.
Os componentes do exame de urina incluem a avaliação das características  macroscópicas (cor e aspecto),
físicas (pH e densidade ou gravidade específica),
químicas (através de tiras reagentes), bioquímicas e microscópicas, além de testes confirmatórios quando necessário.

Os principais erros em urinálise : tipo de amostra inadequada para o exame a ser realizado, frascos de coleta inadequados, demora no transporte, falta de homogeneização das amostras, cuidados inadequados com os reagentes, uso de técnicas inadequadas, relato inadequado dos achados, desconsiderar um achado na análise, desconhecimento do papel dos interferentes e não analisar todos os achados em conjunto.
FORMAÇÃO
Os exames de urina vêm sendo utilizados há muito tempo, devido à facilidade de obtenção deste material biológico. O exame de urina tipo I é, sem dúvida, o mais solicitado neste fluido biológico, prestando-se a fornecer as informações necessárias sobre o funcionamento do sistema urinário, seja no diagnóstico ou para acompanhar algum tratamento indicado, fornecendo informações rápidas e econômicas.
A urina é formada pelos rins, sendo na verdade um ultrafiltrado do plasma, do qual foram reabsorvidos componentes essenciais ao metabolismo, como água, glicose, aminoácidos, etc. Ela é formada por uréia e algumas outras substâncias dissolvidas em água. As concentrações destas substâncias podem variar de acordo com metabolismo, ingestão alimentar, atividade física, função endócrina e até posição do corpo.
COLETA
Para que seja feita uma interpretação correta do exame de urina é importante que a coleta do material obedeça a uma série de precauções para que a amostra seja representativa e reflita todas as alterações físico-químicas que serão analisadas.
A amostra deve ser coletada em recipiente limpo e seco, preferencialmente descartável. É aconselhável a coleta do jato urinário médio, após uma estase vesical de 2 a 4 horas e após assepsia dos órgãos genitais externos, evitando-se coleta de urina no período menstrual ("hematúria falsa"). Após a coleta as amostras devem ser encaminhadas em até duas horas ao laboratório a fim de eliminar possíveis alterações celulares e bioquímicas e processadas o mais rapidamente possível.
Tipos de amostra - depende da análise a ser realizada.
Amostra isolada aleatória - Amostra ideal para o exame de rotina, coletada após 2 a 4 horas de estase vesical. Crianças sem controle da micção necessitam fazer uso de coletores auto-aderentes para obtenção da amostra. A coleta de urina via cateter ou sonda é realizada apenas sob indicação médica.
Amostra de urina minutada - volume de urina coletado em determinado período de tempo (resultados expressos em excreção /minuto). A mais habitual é a Urina de 24 Horas, utilizada para dosagem quantitativa de componentes urinários. Amostras de urina devem ser recolhidas em frascos apropriados e identificadas por um período de 24 horas. As amostras também devem ser conservadas em geladeira até que sejam levadas ao laboratório.
EXAME MACROSCÓPICO
Volume - Não possui significado clínico e seu relato é opcional. O valor normal de urina produzida em 24 horas em adultos é de 1200 a 1500 mL e em crianças 15 mL/ Kg de peso.
Cor - A cor da urina depende da presença e concentração de pigmentos de origem alimentar, medicamentosa e até mesmo endógena A urina normal geralmente é amarelada devido à presença de um pigmento chamado urocromo, produto do metabolismo endógeno e produzido em velocidade constante.
Como variações de coloração nas amostras de urina anormais encontramos:
Amarelo Palha - Recente ingestão de líquidos ou no caso de diabetes (tanto insípidus quanto mellitus).
Âmbar - Presença de bilirrubina na amostra.
Alaranjada - Interferência de medicamentos, como Piridium ou mesmo vitamina A.
Vermelha - Presença de hemácias, hemoglobina, mioglobina e porfirinas.
Castanha / Preta - Alcaptonúria (presença de ácido homogentísico), presença de melanina.
Verde - Interferência de medicamentos (Amitriptilina, metocarbamol, indican e azul-de-metileno)
Aspecto - Termo que se refere à transparência da amostra de urina analisada. A urina normal tem aspecto límpido, porém pode sofrer alterações devido à presença de numerosas células epiteliais, de leucócitos, hemácias, bactérias e leveduras, filamentos de muco e de cristais.
EXAME FÍSICO QUÍMICO - realizado através de tiras reativas (reagentes) contendo seguintes áreas reagentes: pH, proteínas, glicose, cetona, sangue, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, leucócitos e densidade. As tiras reagentes baseiam-se em metodologia de química seca cujos resultados podem ser determinados visualmente ou através de instrumentos semi-automatizados ou automatizados.
Com relação a utilização das tiras reagentes, é necessário, antes de mais nada, homogeneizar bem a amostra e a seguir mergulhar rapidamente a tira reagente na amostra e retirar o excesso de urina da mesma. A leitura visual é realizada comparando as cores obtidas com a escala-padrão, respeitando o tempo de cada reação. Já as leitoras semi-automatizadas ou automatizadas são fotômetros de reflectância que medem a luz refletida a partir da área reagente.
pH - Os rins são os grande responsáveis pela manutenção do equilíbrio ácido-base do organismo, eles são capazes de manter a homeostasia do corpo eliminando grandes quantidades de ácidos ou bases através da urina.
Valor normal: 5,5 a 6,5.
Significado Clínico: Tipo de alimentação, acidose ou alcalose respiratória / metabólica, anormalidades na secreção e reabsorção de ácidos e bases pelos túbulos renais, precipitação e formação de cálculos e tratamento das infecções do trato urinário.
Interferências: Nas amostras de urina envelhecidas, o pH se mostra elevado, devido a um desdobramento de uréia em CO2 e amônia, sendo que a amônia tem poder alcalinizante.
Densidade - Ajuda a avaliar a função de filtração e concentração renais e o estado de hidratação do corpo.
Valores normais: 1,010 a 1,025.
Significado Clínico: Estado de hidratação do paciente, incapacidade de concentração pelos túbulos renais, diabetes insípido e determinação da inadequação da amostra por baixa concentração.
Proteínas - Normalmente, as proteínas urinárias são constituídas pela albumina e por globulinas secretadas pelas células tubulares. Entre as proteínas não plasmáticas observadas na urina, destaca-se a mucoproteína de Tamm-Horsfall, proveniente dos túbulos distais. Sua importância decorre do fato de que esta proteína é a base dos cilindros encontrados na urina.
Valores normais: 150 mg/24 horas (geralmente séricas e de baixo peso molecular, filtradas seletivamente pelos glomérulos).
Significado Clínico: Lesão da membrana glomerular (distúrbios do complexo imune, agentes tóxicos), comprometimento da reabsorção tubular, mieloma múltiplo, nefropatia diabética, proteinúria ortostática ou postural.
Glicose – em situações normais quase toda a glicose filtrada pelos glomérulos é reabsorvida pelos túbulos proximais.
Valores normais: negativo.
Significado Clínico: Diabetes mellitus (glicemia superior a 180 mg/dl), alterações na reabsorção tubular e lesão do sistema nervoso central e alterações tireoideanas.
Cetonas – O termo cetonas envolve três produtos intermediários do metabolismo de gorduras: acetona, ácido acetoacético e ácido beta-hidroxibutírico.
Valores normais: Geralmente não aparecem em quantidade mensuráveis, pois a gordura é completamente degradada e convertida em dióxido de carbono e água.
Significado Clínico: Acidose diabética (incapacidade de metabolizar carboidratos), controle da dosagem de insulina, jejum (a fonte principal de fornecimento de energia, os carboidratos, fica prejudicada) e perda excessiva de carboidratos (como no caso de vômito).
Interferências: Em amostras mal conservadas, valores muito baixos podem aparecer falsamente, devido à volatilização da acetona e à degradação do ácido acetoacético por bactérias.
Sangue (hemácias / hemoglobina) - Pode estar presente na urina na forma de hemácias íntegras ou na forma de hemoglobina (produto da destruição de hemácias in vivo ou in vitro). Sofre interferência da mioglobina.
Valores normais: Negativo
Significado Clínico:
. Hematúria - Cálculos renais, glomerulonefrite, pielonefrite, tumores, trauma, exposição a produtos ou drogas tóxicas e exercício físico intenso.
. Hemoglobinúria - Reações transfusionais, anemia hemolítica, queimaduras graves, infecções e exercício físico intenso.
. Mioglobinúria - Traumatismo muscular e coma prolongado.
Bilirrubina - Produto intermediário da degradação da hemoglobina. Presente no organismo de duas formas: bilirrubina não-conjugada e bilirrubina conjugada, porém, somente a última é excretada pelos rins e pode aparecer na urina.
Valores normais: Não aparece na urina, pois passa diretamente do fígado para o ducto biliar e daí para o intestino, onde é convertida em urobilinogênio e excretada nas fezes na forma de urobilina.
Significado Clínico: Indicação precoce de possível hepatopatia, como, hepatite, cirrose e até mesmo obstrução biliar.
Interferências: Nas amostras de urina envelhecidas, como a bilirrubina é um composto muito instável, com a sua exposição à luz, ela se oxida, formando biliverdina e bilirrubina livre, ambas pouco reativas aos testes colorimétricos. A presença de ácido ascórbico e nitrito também prejudica a precisão dos testes. Caso a fita reagente aponte resultado positivo para bilirrubina deve-se realizar testes confirmatórios, como por exemplo a reação de Fouchet, baseado oxidação da bilirrubina a biliverdina pelo cloreto férrico dissolvido em ácido tricloracético
Urobilinogênio – pigmento resultante da degradção da hemoglobina.
Valores normais: Normalmente se encontra em quantidade menor que 1 mg/dl de urina ou até a diluição 1:20. Ele pode aparecer na urina pois quando circula pelo sangue a caminho do fígado, pode passar pelos rins e ser filtrado pelos glomérulos. Para a confirmação utiliza-se a reação de Erlich, entre outras.
Significado Clínico: Detecção precoce de distúrbios hepáticos e hemolíticos. Estas disfunções hepáticas diminuem a capacidade do processamento desta substância.
Nitrito - Aparece devido a capacidade de algumas bactérias gram negativas fermentadoras reduzirem o nitrato (constituinte normal da urina) em nitrito.
Valores normais: Negativo.
Significado Clínico: Infecção de trato urinário, podendo ser útil na avaliação da terapia com antibióticos e monitoração de pacientes com alto risco de infecção no trato urinário.
Interferências: Uso de antibióticos, presença de elevada concentração de ácido ascórbico, baixa concentração de nitrato e conversão de nitrito em nitrogênio (que não é detectável), que ocorre quando o número de bactérias presentes é muito elevado e produz resultados falso-negativos.
Leucócitos – detecta esterases presentes nos granulócitos
Valores normais: Negativo.
Significado Clínico: Infecção do trato urinário e seleção de amostras para cultura.

ANÁLISE DO SEDIMENTO
Tem a finalidade de detectar e identificar todos os elementos insolúveis, como hemácias, leucócitos, cilindros, cristais, células epiteliais, bactérias, leveduras, parasitas e possíveis artefatos.
Pode ser realizado através de
. Microscopia óptica comum: Câmara de contagem, entre lâmina e lamínula ou sistemas padronizados
. Automação: Citometria de fluxo ou Analisador de imagens
Preparo do sedimento para exame microscópico
A padronização do preparo do sedimento é fundamental para a boa performance do exame microscópico da urina. Assim deve-se padronizar:
. Volume de urina centrifugada
. Tempo de centrifugação
. Velocidade de centrifugação
RCF = 1,118 x 10-5 x r x N2
RCF = força centrífuga relativa = 400
r = raio do rotor (em cm)
N = rotações por minuto
. Fator de concentração do sedimento
. Volume do sedimento analisado
. Sistema de contagem: Lâminas e lamínulas / Câmaras de Contagem / Sistemas padronizados

Exame microscópico - A maneira pela qual o exame microscópico é realizado tem que ser consistente, incluindo a observação de no mínimo dez campos em menor e maior aumento (100 e 400x). A observação em menor aumento tem por objetivo avaliar a disposição dos elementos, a composição geral do sedimento e a presença ou não de cilindros. A identificação e contagem de todos os elementos presentes são realizadas em aumento de 400x.
Identificar e Relatar
Hemácias – aparecem em diversas situações, tais como :
. lesões no parênquima renal
. lesões de trato urinário
. alterações hematológicas e outras causas
Leucócitos – aparecem em infeções do trato urinário e em processos inflamatórios
Cilindros - formam-se no interior do túbulo contorcido distal e ducto coletor e têm matriz primariamente composta de mucoproteínas de Tamm-Horsfall, sendo sua aparência influenciada pelos elementos presentes no filtrado durante a sua formação.
. Cilindros Celulares - hemáticos, leucocitários, epiteliais
. Cilindros Acelulares - hialinos, granulosos, céreos, lipoídico
. Cilindros pigmentares - hemoglobínicos e bilirrubínicos
Cristais - São freqüentemente achados na análise do sedimento urinário, têm ligação direta com tipo de dieta e raramente possuem significado clínico. Eles são formados pela precipitação dos sais da urina submetidos a alterações de pH, temperatura e concentração.
* Cristais Não Patológicos
. Urina ácida - ácido úrico, oxalato de cálcio, urato amorfo
. Urina alcalina - fosfato triplo (fosfato amoníaco-magnesiano), fosfato amorfo, carbonato de cálcio, fosfato de cálcio
* Cristais Patológicos - Leucina, Tirosina, Cistina, Colesterol, Bilirrubina, Hemossiderina
Células Epiteliais - Freqüentemente podemos encontrar células epiteliais na urina, já que são partes do revestimento do sistema urogenital.
. Células pavimentosas - freqüentes tanto em homens quanto em mulheres, provenientes de células da vagina e das porções inferiores da uretra.
. Células de transição - originárias da bexiga e porção superior da uretra
. Células do túbulo renal - sua presença indica lesão tubular
Microrganismos – bactérias, fungos e parasitas
Outros elementos - muco, contaminantes e espematozóides. Estes últimos podem ou não ser relatados na dependência da padronização de cada laboratório

PESQUISA DE DISMORFISMO ERITROCITÁRIO - útil para diferenciação entre hematúria glomerular e não-glomerular. A presença de codócitos e/ou acantóctos sugere hematúria de origem glomerular.
Técnica: microscopia de contraste de fase
Expressão dos resultados: baseia-se no tipo de hemácia presente:
.
Normal - Ausente (A)
. Codócitos - Presença de codócitos
. Acantócitos - Presença de acantócitos
. Codócitos e acantócitos - Presença de codócitos e acantócitos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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